Um dos mais populares clássicos da literatura mundial, “Lolita”, de Vladimir Nabokov, continua suscitando discussões mais de seis décadas depois. Dessa vez quem fornece o combustível é o recém-lançado “The Real Lolita”, de Sarah Weinman, editado pela Harper Collins. A obra resgata uma polêmica que acompanha o livro desde seu lançamento: quem foi a inspiração para a história e seu personagem-título? A autora retoma uma tese, levantada originalmente pela revista masculina Nugget, de que a verdadeira inspiração para a história teria vindo de um caso policial, célebre à época, envolvendo o desaparecimento de uma garota sequestrada em Camden, Nova Jersey, em 1948 pelo pedófilo Frank La Salle, um mecânico cinquentão que a manteve em cativeiro por quase dois anos. Há quem defenda, porém, que a Lolita de Nabokov pode não ter fonte única de inspiração, mesmo porque referências à sexualidade precoce de adolescentes já teriam sido identificadas em pelo menos seis das obras de ficção do escritor.